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Filhote de peixe-boi é resgatado em comunidade ribeirinha próxima ao Amapá

Um filhote de peixe-boi de 97,5 cm foi resgatado nesta segunda-feira (7) na comunidade São Bernardo, no município de Afuá (PA), distante cerca de 47 km de Macapá. O animal estava encalhado próximo a uma embarcação e foi avistado por moradores, que acionaram os profissionais do Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC). 

O animal foi mantido em uma cuba de isopor com água e foi alimentado até a chegada dos profissionais. Os ribeirinhos acreditam que o filhote se perdeu da mãe durante um pico de maré.

A suspeita é que ele tenha encontrado próximo à embarcação um local mais “quentinho”. A Companhia Fluvial da Polícia Militar (PM) também participou do resgate.  

O médico veterinário Luiz Sabioni, um dos responsáveis pelo projeto, examinou o animal e encontrou uma pequena ferida na região da boca. Após o tratamento, o filhote deve passar por um processo de adaptação e será devolvido à natureza.

“Estamos em tratativas com alguns locais no estado para ver onde ele vai passar para a reabilitação. A reabilitação demanda muito tempo. No caso desses animais, eles passam por pelo menos dois anos em cativeiro, até que ocorra esse desmame e a introdução de plantas para que, aí, sim, ele possa ganhar a vida livre e se alimentar na natureza. Então, é um processo que demanda muita atenção, recursos financeiros e recursos de pessoas também. É um grande desafio”, detalhou o médico veterinário. 

Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos (PCMC)

O projeto é realizado pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap) em parceria com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa). Ao todo, 13 profissionais estão trabalhando desde julho deste ano na busca desses animais. 

Os pesquisadores do Projeto buscam monitorar os impactos de estudo sísmico – usado para detectar poços de petróleo – em animais marinhos encalhados na costa do Amapá. O monitoramento é parte da exigência do Ibama para exploração na Bacia Pará-Maranhão, na Margem Equatorial. 

Os pesquisadores buscam entender, por exemplo, se esses animais que encalham nas regiões da foz do rio Amazonas estão encalhando em razão do estudo.